Elaine Patrícia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou hoje (25) "completamente injustas" as críticas feitas ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), de que estaria agindo comlentidão no envio das informações sobre o saque do dinheiro destinado aopagamento do dossiê contra políticos do PSDB e de outros partidos. Durante a solenidade de entrega do Prêmio Balanço Anual 2006,do jornal Gazeta Mercantil, ele explicou que "o Coaf é um órgão que atua com independência em relação aoMinistério da Fazenda". E acrescentou: "Eu não interfiro no Coaf”. O Conselho, esclareceu, fiscaliza as operações bancárias acima de R$ 100 mil ou quando há solicitação da Justiça para uma investigação específica. Segundo Mantega, o Coaf já fez um cruzamento dos dados e dosnomes apontados pela imprensa com relação à compra do dossiê, mas não foidetectada nenhuma irregularidade. “O Coaf fez uma reunião com a Polícia Federal,que solicitou algumas coisas, e está trabalhando para ver se encontra algumacoisa. Se encontrar, vai comunicar às autoridades competentes – o MinistérioPúblico e a Polícia Federal”, disse o ministro.O presidente do Coaf, Antonio Gustavo Rodrigues, recebeu hoje da Polícia Federal pedido de agilidade no envio das informações sobre o dinheiro. No final da tarde, o órgão emitiu umanota dizendo que não encontrou indícios de irregularidades, após fazer uma pesquisacom os nomes dos envolvidos na tentativa de compra do dossiê.“Não foram encontrados registros de comunicações de operações suspeitas, de saques em espécie das pessoas envolvidas ou outro registro que permita inferir ligação com o caso”, afirma a nota do Coaf, depois de informar que já fora feita pesquisa no banco de dados, logo após a veiculação de notícias com os nomes dos envolvidos, para ajudar as investigações da Polícia Federal. Até o momento, a Polícia Federal sabe que o dinheiro saiu de três bancos (Boston, Bradesco e Safra) e de agências localizadas em duas cidades: Campo Grande (MS) e Caxias (RJ). No dia 15, foram presas quatro pessoas que tentavam negociar o dossiê: Luiz Antonio Vedoin, Paulo Roberto Trevisan, Gedimar Passos e Valdebran Padilha. Os dois últimos estavam com o dinheiro apreendido – R$ 1,7 milhão.