Número de doação de córneas dobra no Amazonas, mas continua aquém da demanda

25/09/2006 - 17h37

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Em 2006, o número de doação de córneas ao Banco de Tecidos Oculares do Amazonas mais que dobrou em relação ao ano passado. Ainda assim, de acordo com o coordenador estadual de Transplantes de Órgãos, Noaldo Lucena, há 492 pacientes na fila de espera para realizar um transplante. “Em dois anos de existência, tivemos 178 córneas doadas”, informou hoje (25) a Diretora do Banco de Tecidos Oculares do Amazonas, Cristina Garrido, durante a abertura estadual da Semana Nacional de Transplante de Órgãos. “O banco foi inaugurado em setembro de 2004. Naquele ano, foram 22 doações. Em 2005, foram 50. Neste ano, já são 106”.Antes da criação do banco, os moradores que precisavam de transplante de córnea tinham que recorrer a outros estados. "Doadores e necessitados sempre existiram. Mas sem política pública, a doação de órgãos não é possível”, comentou o secretário estadual de saúde, Wilson Alecrim.Segundo Garrido, o tempo médio de espera no estado varia de quatro a seis meses. Para Daniel Vitor Lima de Souza, de 14 anos, esse período foi de um ano e dois meses. Ele estava com apenas 5% da visão no olho esquerdo, quando foi operado no dia 6 de julho pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Eu praticamente não enxergava nada. Depois da cirurgia, melhorou bastante”.A córnea é o tecido transparente que fica na parte da frente do olho. Ela só pode ser retirada de pessoas mortas, em no máximo seis horas após o falecimento, com autorização da família do doador.