Investimentos do setor siderúrgico dobrarão em cinco anos a capacidade instalada, informa BNDES

25/09/2006 - 18h46

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Diagnóstico elaborado pelo Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informa que o setorsiderúrgico investirá nos próximos cinco anos R$ 46,4 bilhões – aumentode 140% em relação aos R$ 19,5 bilhões investidos entre 2001/2005.

Segundoo presidente do BNDES, Demian Fiocca, os novos investimentos permitirãodobrar a capacidade instalada das usinas das atuais 36 milhões detoneladas/ano, alcançadas ao longo das últimas sete décadas, para 72milhões de toneladas/ano. “A perspectiva é dobrar em cinco anos o que opaís produziu em 70 anos”, disse. A produção siderúrgica efetiva dopaís é de 31,6 milhões de toneladas/ano.

Fioccainformou hoje (25) que a instituição se prepara para apoiar esses novosinvestimentos, com R$ 16,7 bilhões em cinco anos, o que representacrescimento superior a 200% nos desembolsos para a siderurgia. “Issosignifica um salto qualitativo”, avaliou. Nos últimos cinco anos, osdesembolsos do BNDES para o setor totalizaram R$ 4,8 bilhões.

Entreos projetos que serão apoiados pelo BNDES está o da CompanhiaSiderúrgica do Atlântico (CSA), resultado de associação da CompanhiaVale do Rio Doce e da alemã ThyssenKrupp, que inclui a construção, emItaguaí (RJ), de uma usina integrada de placas e está orçado em cercade US$ 3,5 bilhões. Somente a usina tem valor estimado em US$ 2,5bilhões, segundo o diretor da área de Participações Siderúrgicas daVale, James Pessoa. O financiamento do BNDES deverá ser anunciado nasexta-feira (29).

Hoje, o estudo doBNDES foi submetido a lideranças do setor, no segundo encontropromovido pela instituição com representantes da indústria de base – oprimeiro ocorreu na semana passada, com o setor de papel e celulose. Na avaliação de Demian Fiocca, apesar da situação favorável, ainda há desafios a serem vencidos na siderurgia brasileira. O primeiro deles, citou é a necessidade de maior inserção das empresas do setor no mercado internacional, o que se traduz, segundo Fiocca, em contratos de longo prazo e aquisição de empresas no exterior.

O presidente do BNDES destacou ainda que o aumento da produção implicará maior percentual deexportações em relação ao existente hoje e, por isso, “a inserçãointernacional passa a ser uma variável de maior peso”.O faturamento das usinassiderúrgicas no ano passado alcançou cerca de US$ 22,5 bilhões. Entre empregos diretos e indiretos, o setor responde pelamanutenção de 95,1 mil postos de trabalho.