BNDES pode participar como acionista da internacionalização de empresas brasileiras

25/09/2006 - 19h00

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico eSocial (BNDES) está disposto a apoiar a aquisição de empresas noexterior por companhias brasileiras, participando inclusive comoacionista. A política preferencial, segundo o presidente dainstituição, Demian Fiocca, “é com operações de renda variável, mais nalinha de capital do que de financiamento”. Esse é o segundo estágio doapoio tradicional do banco e visa a um retorno mais rápido doinvestimento efetuado.

No caso do setor desiderurgia, Fiocca explicou que o BNDES apóia não apenas um ativoespecífico, mas o conjunto da estratégia da empresa. “Os projetos deinternacionalização têm que demonstrar algum componente de aumento deexportações”, afirmou. E esclareceu que o financiamento não serápreferencialmente com crédito, mas sim com participação acionária, "queproporciona um retorno mais alto”.

SegundoFiocca, a internacionalização dos ativos decorre, em muitos casos, daexpansão das exportações: “À medida que o país exporta mais, ele passaa ter maior incentivo e maior desafio de se posicionar de maneira maisrobusta no mercado internacional", disse. No caso da siderurgia, elecitou a participação acionária do BNDES na Companhia Vale do Rio Doce:"Isso faz parte de um contexto de melhoria do posicionamento do Brasilno exterior, o que é também uma segurança maior para futuras oscilaçõesde mercado que as empresas possam enfrentar".

OBrasil tem, de acordo com o presidente do BNDES, mais de uma dúzia deempresas que podem ser chamadas de multinacionais, algumas das quaisestão disputando liderança mundial, como a Companhia Vale do Rio Doce.

Duranteencontro realizado na sede do banco com lideranças do setor siderúrgicobrasileiro, foi discutida também a possibilidade de o BNDES vir afinanciar outras empresas da cadeia produtiva relacionadas aosinvestimentos de R$ 46,4 bilhões anunciados para os próximos cincoanos. Fiocca acenou, inclusive, para a possibilidade de obanco apoiar empresas “intangíveis”, ou seja, que envolvam oconhecimento, entre as quais consultorias de engenharia, além deprojetos que envolvam inovação tecnológica e melhoria ambiental.