Unitrabalho repudia "insinuações" de uso de recursos públicos para compra de dossiê

21/09/2006 - 20h14

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A organização não-governamental (ONG) Unitrabalho divulgou nota oficial para repudiar "insinuações" de "uso indevido" de recursos públicos. Em reportagens publicadas na imprensa, a entidade foi vinculada com os recursos apreendidos pela Polícia Federal na ação que impediu a negociação de um dossiê que envolveria políticos tucanos com a compra superfaturada de ambulâncias. Um levantamento divulgado no site da ONG Contas Abertas mostrou a Unitrabalho foi citada como recebedora de R$ 18,5 milhões, sendo que parte teria sido liberada um dia antes da prisão das quatro pessoas. O Ministério do Trabalho também convocou uma coletiva para negar as denúncias.A vinculação entre a Unitrabalho e o dinheiro apreendido foi estabelecida pela ONG Contas Abertas ao checar o nome de Jorge Lorenzetti, ex-assessor da campanha de Lula citado durante as investigações. Segundo a direção da Unitrabalho, Lorenzetti é professor licenciado da Universidade Federal de SantaCatarina e é um dos fundadores da rede e foi dirigente desta atéoutubro de 1996. Desde esta data, ele passou a exercer a coordenação derelações internacionais da rede “não atuando como representante daUnitrabalho, junto a órgãos do governo federal”, informou a nota ao enfatizar que desde março de 2005 o professor se desligoude suas atividades e não tem mais qualquer vínculo com aentidade.O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, chamou a imprensa para esclarecer a relação entre a pasta e a ONG Unitrabalho. Segundo Marinho, o convênio com a Ong é para a prestação de serviços na área de avaliação externa dos programas de qualificação profissional. O convênio foi celebrado em 1996 e o ministério começou a repassar os recursos no ano seguinte. Este ano o ministério repassou a ONG R$ 3,4 milhões para avaliação externa dos programas de qualificação profissional.Segundo o ministro, a ONG estava com uma pendência no ministério e sóatualizou a documentação no último dia 12. Os R$ 3 milhões foramrepassados no dia 14, mas, de acordo com Marinho, os dinheiro só foicreditado na segunda (18) porque o recurso só é liberado 48 horasdepois. Ou seja, também não existiria possibilidade do recurso ter sidousado na negociação que aconteceu na sexta-feira.