Relator diz que depoimentos no processo contra Magno Malta são contraditórios

20/09/2006 - 21h40

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os depoimentos tomados hoje (20) pelo Conselho de Ética do Senado no processo contra o senador Magno Malta (PL-ES) foram contraditórios e não ajudaram a tirar as dúvidas sobre o possível envolvimento dele no esquema de compra de ambulâncias a preços superfaturados com recursos do Orçamento Geral da União. As informações são do relator do processo, senador Demóstenes Torres (PFL-GO), para quem "foram dados tantos detalhes para um caso que parecia simples, que não foram confirmados e estão sendo desmentidos, o que torna a defesa mais complicada". O senador Magno Malta é investigado por uso de um carro Fiat Ducato, que teria sido emprestado pelo deputado Lino Rossi (PP-MT), acusado de ser um dos responsáveis pela apresentação da família Vedoin a outros parlamentares, que se envolveram com o esquema de compra das ambulâncias. Hoje, em sessão reservada do Conselho de Ética, Lino Rossi fez "contundente defesa do senador Magno Malta", segundo o relator do processo. Mas o depoimento, acrescentou, não ajudou em nada o senador. "Não posso dizer que a situação do senador se enrolou, mas não posso dizer que melhorou. O que o deputado Lino Rossi disse aqui não significa nada", disse Torres.Segundo o relator, "o depoimento do deputado foi um show de contradições: a cada dez segundos ele apresentava uma versão nova para o mesmo fato". Demóstenes Torres informou ainda que o senador Magno Malta terá que esclarecer os fatos novos que surgiram: "Estou a cada dia mais desconfiado dessa história de empréstimo de carro. As provas verbais estão a cada dia mais desmoralizadas"O relator disse só tomará o depoimento do senador depois de receber cópia de cheque que teria sido dado pela Planam, empresa acusada de ser a operadora do esquema, para o pagamento do veículo. E que espera para a primeira semana de outubro esse depoimento.