EPE contesta estudo que sinaliza desabastecimento de energia a partir de 2008

21/09/2006 - 19h18

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Conselho de Energia da Federação das Indústrias do Rio deJaneiro (Firjan) e o Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio deJaneiro (UFRJ) divulgaram hoje (21) um estudo com um alerta para o risco dedesabastecimento de energia no país a partir de 2008, e a proposta de adoção demedidas imediatas, entre as quais a expansão da capacidade de geração ealternativas de remanejamento de energia. De acordo com o trabalho, o desabastecimento pode ocorrertendo em vista o período desfavorável de chuvas este ano e a situação dosreservatórios, cuja capacidade seria de 52% atualmente, com previsão de chegaraos 40% em novembro.O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE),vinculada ao Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, descartou porcompleto a ameaça. Em entrevista à Agência Brasil, ele garantiu que nãoexiste risco de  racionamento até 2010. “A situação até 2010 é detranqüilidade”, afirmou.Tolmasquim disse que “ao contrário do que indica o estudo daFirjan, este ano foi um ano bastante chuvoso tanto no Nordeste como no Sudeste,e os reservatórios estão em um nível adequado. Houve um problema de seca noSul, mas o sistema do Sul é pequeno e não afeta o sistema nacional”. O presidente da EPE salientou que o ano ainda não acabou e,por isso, ainda não se pode saber se a média de chuva no Sul será muitobaixa ou não. “Temos que aguardar o final do ano”, recomendou. “De qualquer forma podemos tranqüilizar a todos que onível dos reservatórios atual é suficiente para nos dar uma tranqüilidade deque no ano que vem não haverá problema e nos demais anos a oferta existente no sistema é suficiente para  que o risco de déficit seja muitopequeno”, afirmou.O estudo da Firjan/UFRJ afirma que o crescimento econômicoprojetado pelo governo, de 4,75% ao ano até 2010, não é sustentável devido aodéficit energético existente. Em cenário com crescimento anual de 3,2% até 4,75%, osreservatórios podem chegar ao índice crítico de 20% já no final de 2007,repetindo o problema registrado em 2001, diz o trabalho.