Governo quer aumentar número de profissionais qualificados a diagnosticar intoxicação por agrotóxicos

20/09/2006 - 16h46

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador da Área Técnica de Saúde do Trabalhador doMinistério da Saúde, Marco Antonio Pérez, disse hoje (20) durante o 2º Encontroda Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador, que o governo queraumentar o número de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) qualificadospara diagnosticar casos de intoxicação por agrotóxicos. Ele reafirmou que ocombate ao uso indiscriminado de agrotóxicos é um dos pontos prioritários daPolítica Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador. Segundo o coordenador, a estimativa é de que pelo menos decinco mil pessoas, grande parte trabalhadores rurais, são intoxicadas poragrotóxicos no Brasil a cada ano. Pérez disse que, muitos casos não entram nasestatísticas oficiais, porque não são notificados como intoxicação.“As estatísticas que falam de intoxicação por agrotóxicosnão expressam o grau de exposição e consumo que temos no país. Daí nossapreocupação em qualificar mais a atenção à saúde para que tenhamos mais dadossobre a exposição ao agrotóxico, principalmente por parte dos trabalhadores”.Pérez destacou  que “oSUS está tentando se aperfeiçoar para fazer, em primeiro lugar, o diagnósticodas intoxicações por agrotóxicos”. Segundo Pérez, os trabalhadores expostos a esses produtossão os primeiros indicadores do uso indiscriminado desses insumos no país. Eleexplicou que entre os sintomas mais comuns estão tontura, dores de cabeça,náuseas e vômitos.De acordo com o coordenador, a Rede Nacional de AtençãoIntegral à Saúde do Trabalhador (Renast) está sendo estruturada paradiagnosticar, tratar e notificar problemas e incidentes que põem em risco oucausam danos à saúde do trabalhador. Pérez disse que, ao final do ano, a rededeverá contará com 150 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. Em 2003,havia 17 centros em todo o país.“O que estamos criando neste momento é uma rede, umaestrutura de serviços que possam trabalhar melhor essa questão no SUS, como umaretaguarda técnica tanto para assistência dos trabalhadores que estão expostoscomo para vigilância desses ambientes de trabalho, porque o agrotóxico, além decontaminar o trabalhador, contamina o meio ambiente e os produtos,principalmente alimentos”, observou.