Especialista defende estratégia internacional de longo prazo para combater narcotráfico no Brasil

20/09/2006 - 15h14

Aline
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O coordenador de Inteligência para Tráfico de Drogas da Interpol (polícia Internacional), Steve Brown, afirmou hoje (20), ao participar da 75ª Assembléia Geral da instituição, que o combate ao narcotráfico no Brasil precisa de uma estratégia de coordenação internacional de longo prazo. Brown deu como exemplo a Colômbia, que estaria tendo sucesso em ações contra o tráfico. “O trabalho com os Estados Unidos e com as ilhas do Caribe, além das agências internacionais, tem sido muito importante nesse processo. O combate passa por mecanismos de compartilhamento de informações”, disse.Segundo Brown, a cooperação entre as polícias internacionais têm sido responsável, nos últimos anos, pela apreensão de cerca de  50% da cocaína que é produzida no mundo. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2004 mostram que 60% da cocaína apreendida foi na Colômbia e nos Estados Unidos, representando um total de 588 toneladas.De acordo com o especialista em inteligência, as rotas do tráfico internacional também estariam mudando, devido ao trabalho de investigação policial. Os países da África Central estão recebendo maior quantidade de drogas e também se tornando produtores locais. Isso estaria ocorrendo, especialmente, na Nigéria, Gana, Cabo Verde e Benin. O superintendente da Interpol na Nigéria, Muazun Umary, citou a apreensão de 14,2 toneladas de cocaína, em junho, em seu país, como uma mostra dessa mudança. A droga apreendida era proveniente da América Latina. Umary disse que  grupos de países sul-americanos estão formando organizações na África ocidental. E listou como os maiores países produtores de cocaína Colômbia, Bolívia e Peru. O tráfico de drogas é um dos problemas em discussão na Assembléia da Interpol, que termina sexta-feira (22) no Rio.  Também estão na pauta do encontro questões como pedofilia na Internet, tráfico de seres humanos e crimes cibernéticos.