Vacina anti-HPV pode ser lançada nesta semana durante congresso em Santos

17/09/2006 - 19h27

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Uma vacina anti-HPV, desenvolvida por laboratórios mundiais e com a participação do Brasil, deve ser lançada nesta semana, em Santos (SP), durante o 6º Congresso Brasileiro de Doenças Sexualmente Transmissíveis e o 2º Congresso Brasileiro de Aids. A expectativa é que o vacina seja lançada na manhã de terça-feira (19).A vacina foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no dia 24 de agosto e, apesar do lançamento anunciado para esta semana, ainda não deve ser comercializada no país, já que o Ministério da Saúde pretende estudar a sua viabilidade, principalmente por se tratar de uma vacina cara. “Não é uma vacina curativa. É uma vacina preventiva. E ela previne casos de HPV, que é o vírus que acaba causando o câncer de colo uterino”, explica o responsável pela Unidade de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) do Programa Nacional DST e Aids do Ministério da Saúde, Valdir Pinto. Segundo ele, a expectativa é que, a longo prazo, haja menos casos de câncer de colo uterino no país.O HPV (Papilomavirus Humano) é o vírus que provoca o condiloma acuminado, uma doença que provoca uma lesão (ou verrugas com aspecto de couve-flor) na região genital. O vírus também está relacionado ao aparecimento de alguns tipos de câncer, principalmente no colo do útero. Estima-se que mais de 685 mil casos de HPV sejam registrados no Brasil a cada ano.Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) informam que cerca de 18 mil novos casos de câncer uterino são registrados no país anualmente no país e que cerca de quatro mil mulheres morrem por ano por causa do câncer do colo de útero.O HPV é transmitido pelo contato genital com a pessoa infectada e por via sanguínea, de mãe para filho, na hora do parto. Há também a possibilidade de contágio por contato com objetos contaminados, como toalhas, roupas íntimas, vasos sanitários e banheiras. Para a prevenção, é necessário o uso de preservativos durante as relações sexuais e o não compartilhamento de objetos de uso íntimo. Para evitar que a contaminação pelo HPV se transforme em câncer, é fundamental que as mulheres se submetam ao exame Papanicolaou regularmente. O Ministério da Saúde recomenda que as mulheres façam visitas regulares ao ginecologista, para que se previnam de doenças sexualmente transmissíveis.A proposta é que a vacina quadrivalente seja aplicada em três doses: a segunda dose, 60 dias depois da primeira, e a terceira, 180 dias após a primeira. O efeito da vacina dura mais de cinco anos. A vacina é voltada para mulheres que não foram infectadas pelo HPV e têm entre 9 e 26 anos.