Juventude carioca desconfia de políticos e está pessimista com futuro, aponta estudo

17/09/2006 - 13h55

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os políticos são a instituição brasileira menos confiável, na visãodos jovens do município do Rio de Janeiro. Cerca de 85% dos cariocasentre 14 e 18 anos não confiam na classe política nacional. Aconstatação é da pesquisa “O jovem, a sociedade e a ética”, realizadaentre julho e agosto deste ano, pelo Ibope a pedido do Sindicato dosEstabelecimentos de Ensino do Rio de Janeiro (Sinepe). Encabeçando a lista de desconfiança dos jovens nos políticos,estão os deputados e senadores, com 84% de desaprovação. Em seguida,aparecem ministros e secretários (83% de desconfiança), governadores(82%), prefeitos (79%) e o presidente da República (78%). A juventude carioca também tem alto nível de desconfiança naPolícia (76% dos entrevistados) e na Justiça (59%). Segundo opresidente do Sinepe, Edgar Flexa Ribeiro, a pesquisa mostra que ojovem está decepcionado não só com a política, mas com o Estadobrasileiro. “O jovem está muito realista. Ele está vendo o que acontece emvolta dele e está avaliando. Ele é severo em seu julgamento eos exemplos que ele está recebendo não são lá muito formidáveis. Eleabre o jornal, olha em volta e se pergunta: que sentido há nisso tudo?O que vai acontecer?”, diz o educador. Para Ribeiro, a conseqüência disso é uma visão pessimista sobreo futuro. A pesquisa mostra que 46% dos jovens acreditam que o Brasilserá um lugar pior daqui a alguns anos. E a decepção, explica oeducador, se reflete no desinteresse pelo processo democrático. O Ibope também perguntou aos jovens sobre o alistamentoeleitoral. A possibilidade de obter o título de eleitor a partir dos 16anos é de conhecimento de 86% dos entrevistados. Entre aqueles que têm14 e 15 anos, 66% pretendem tirar o título quando completarem 16 anos e34% não. Entre os que têm 16 e 17 anos, apenas 28% se alistaram paravotar nestas eleições. Mas 37% deles só devem tirar o título aos 18anos. A pesquisa, realizada com 812 adolescentes, constatou ainda queos professores e a escola são as instituições mais confiáveis doBrasil, entre a juventude carioca.