Suassuna nega acusações de presidente da CPI sobre “beiradas” de emendas

12/09/2006 - 16h16

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O senador Ney Suassuna(PMDB-PB) negou no Conselho de Ética que tenha dito aopresidente da CPI, deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), que90% dos parlamentares tiravam uma “beirada” das emendas. Suassunacontou que procurou a comissão para ver os documentos eelaborar sua defesa. “Já disse que ele estáconfundindo o interlocutor”, afirmou. Indagado sobre o por quê de Biscaia ter dado tal declaração, Suassuna respondeu: "por vaidade pura".Na semana passada,Biscaia disse no Conselho de Ética que ouviu do senador NeySuassuna (PMDB-PB) que 90% dos parlamentares recebem uma “beirada”das emendas. Segundo ele, a afirmação teria sido feitaquando o senador o procurou na CPI para ver detalhes de seu processo.Para o relator do caso, senador Jefferson Peres (PDT-AM), nãohá como comprovar quem disse a verdade. “Alguém estámentindo. É inútil fazer acareação pelaforma determinada com que disseram”, afirmou.Peres tambémquestionou o senador sobre ofício enviado ao Ministérioda Saúde no final do ano passado que teria sua assinaturapedindo recurso de origem “extra-orçamentária” paraa organização não-governamental Instituto dePlanejamento, Pesquisa e Promoção da Educaçãoe Cultura (Ipês) do Rio de Janeiro. O dinheiro destinado aoinstituto seria encaminhado depois a municípios daParaíba.Ao tomar conhecimento do documento no anopassado, Suassuna afirmou que não tinha assinado o ofício.O senador contou que procurou Marcelo para saber do que se tratava eele disse que “estava resolvido”. Suassuna disse que umafuncionária admitiu a Corregedoria da casa que assinou odocumento em seu nome “de boa-fé”. Ele levou tambémao conselho um exame grafotécnico para comprovar que nãoassinou o ofício. Os recursos ao instituto não foramliberados pelo Ministério da Saúde.