Relator não vê prova contra Suassuna

12/09/2006 - 16h16

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O depoimento do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) ao Conselho de Ética, realizado hoje (12), não trouxe novidades segundo o senador Jefferson Péres (PDT-AM). Relator do processo contra o colega acusado de envolvimento com a “máfia das ambulâncias”, Peres não vê provas de que ele tenha recebido propina da empresa Planam.“Não há nada no processo que indique que ele tenha recebido as propinas”, afirmou Péres. No entanto, ele admite haver indícios de que Marcelo Carvalho, ex-assessor de Suassuna, recebeu dinheiro da Planam. O relator afirmou que pode apresentar seu parecer na próxima quarta-feira (20).Péres não adiantou seu parecer, mas explicou que não ter recebido propina não significa absolvição de Suassuna e lembrou que quebra de decoro também pode ser caracterizada por comportamento irregular. “O parlamentar, por suas ações ou omissões, pode ter quebrado o decoro sem ter praticado o ilícito”.O relator disse que ainda não está totalmente esclarecido o ofício com assinatura que seria de Suassuna, pedindo verba além do Orçamento para uma organização não-governamental do Rio de Janeiro. E que caberá à Justiça apurar. “Precisa ser esclarecida a extensão desse fato nebuloso, da tentativa frustrada de transferir para outro estado verba extra-orçamentária”, observou. Suassuna disse que uma funcionária sua admitiu ter assinado o ofício em seu nome.O texto de Jefferson Péres deverá ser votado por maioria simples e de forma aberta no Conselho de Ética do Senado. Se a perda do mandato for aprovada, o parecer será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça para exame dos aspectos constitucional, legal e jurídico.Em seguida, o processo será encaminhado à Mesa do Senado para inclusão na ordem do dia. No plenário, a votação é secreta. Para ser cassado e perder os direitos políticos por oito anos, são necessários os votos da maioria absoluta dos 81 senadores, ou seja, 41.