PF entrega à Justiça relatório da Operação Saúva, mas investigações continuam

12/09/2006 - 13h52

Thaís Brianezi
Repórter da Agência Brasil
Manaus - A Polícia Federal já enviou à Justiça Federal do Amazonas o relatório do inquérito policial da Operação Saúva, deflagrada no dia 11 de agosto. Entretanto, nota divulgada pela assessoria de imprensa da PF informa que está sendo realizada hoje (12) diligência conjunta com a Vigilância Sanitária e com o Ministério da Agricultura na distribuidora Comercial PIC, pertencente a João Leitão, um dos empresários apontados como membro da quadrilha que fraudava licitações para compra de alimentos superfaturados e com prazo de validade vencido.A Operação Saúva foi uma ação conjunta da Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal. As compras investigadas somaram R$ 126 milhões, no período de um ano (julho de 2005 a julho de 2006). Elas envolveram as esferas federal (Companhia Nacional de Abastecimento - Conab e Exército Brasileiro), estadual (governo do Amazonas) e municipal (prefeituras de Manaus e de Presidente Figueiredo, no Amazonas).A assessoria de imprensa da PF enviou aos veículos de comunicação um resumo do relatório do inquérito policial da operação (que, segundo a nota, tem cerca de 2,5 mil páginas). O relatório foi enviado à justiça sábado (9). De acordo com a assessora de imprensa da PF no Amazonas, Eva Miranda, por enquanto, nem o superintendente da Polícia Federal no estado, Kércio Pinto, nem o delegado federal coordenador da operação, Jossenildo Cavalcante, darão entrevistas sobre o assunto.A nota informa que 46 pessoas foram indiciadas na Operação Saúva - 32 no dia da operação, quando foram presas. Os cheques e dinheiro em espécie retidos somam pouco mais de R$ 1 milhão. Além disso, foram apreendidos 42 veículos de várias marcas e modelos.O resumo da assessoria de imprensa também destaca que foram encontrados na sede das empresas investigadas documentos falsificados, relativos à inspeção sanitária dos alimentos comercializados. Isso comprova a suspeita de que os empresários forneciam produtos impróprios para o consumo humano. Entre eles, 230 mil cestas básicas adquiridas pela Conab para socorrer as vítimas da seca do ano passado: além de estarem com preço acima do mercado, elas traziam itens (como feijão e leite em pó) estragados.