Prestação de contas parcelada não coíbe irregularidades, diz tesoureiro

08/09/2006 - 16h14

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - "Quem quiser fazer alguma irregularidade, tiver essa vontade, vai fazer", acredita Francisvaldo Mendes, tesoureiro da campanha do candidato ao governo do estado de São Paulo, Plínio de Arruda Sampaio (P-SOL/PSTU/PCB). O tesoureiro considera que a nova forma de prestação de contas da campanha eleitoral, de forma parcelada, não coíbe irregularidades na movimentação de recursos durante o processo eleitoral."Porque o fato de divulgar não coíbe o abuso ou a má fé de quem tem interesse de fazer algo errado nas contas. Nesse sentido não ajudou nada", diz Mendes.O tesoureiro afirma, no entanto, que a obrigatoriedade de prestar contas três vezes, em contrapartida a uma única só vez, como ocorria nas eleições passadas, possibilita uma maior "transparência" no processo eleitoral e facilita o acesso público aos gastos realizados nas campanhas. Os partidos políticos, as coligações e os candidatos passaram a ser obrigados nesta eleição a divulgar pela internet nos dias 6 de agosto e 6 de setembro, um relatório discriminando os recursos em dinheiro que tenham recebido para financiamento da campanha eleitoral e também os gastos que realizaram.Uma terceira prestação de contas é exigida pela Justiça Eleitoral no trigésimo dia posterior à eleição. O candidato que disputar o segundo turno deverá apresentar as contas referentes aos dois turnos até 30 dias após a realização das eleições.