Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A avaliação do cidadão americano de que o território dos Estados Unidos era invulnerável foi modificada após os atentados de 11 de setembro de 2001, quando foram destruídas as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e a sede do Departamento de Defesa (Pentágono), próximo a Washington, foi atingida. A avaliação é do professor de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), Oswaldo Dehon. “Talvez hoje o cidadão americano esteja prestando mais atenção no que ocorre na política internacional, no seu entorno, nas relações com os vizinhos”, completou o cientista político, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro.Na opinião de Dehon, muita coisa mudou na agenda governamental, principalmente na perspectiva de que a segurança internacional não é apenas algo relacionado a questões que ocorrem em outras partes do mundo. Diante da vulnerabilidade do território americano, acrescentou, foi reavaliada a necessidade de destinar mais recursos para a segurança interna desorganizar e desbaratar organizações que atuam dentro do país. Outra modificação apontada pelo professor é com relação ao controle de estrangeiros nos Estados Unidos, maior nos portos e aeroportos. "Há uma brutal mudança de política na relação com o México, a fronteira está sendo militarizada. E a construção de um muro é um ícone da maneira como a política foi alterada nos últimos cinco anos”, analisou.Segundo Dehon, ainda na área externa, os Estados Unidos têm prestado pouca atenção no hemisfério ocidental: “Se buscarmos informações sobre a política externa americana para toda a região, é frustrante a pouca quantidade de dados que demonstrem uma prioridade. Os americanos estão mais preocupados com os europeus e também com o Oriente Médio, além de casos críticos como, por exemplo, a Coréia do Norte, o Irã e o Iraque".Por isso, explicou, as políticas de migração e de controle de fronteiras ganharam importância: “Não é apenas a situação dos mexicanos que tentam cruzar as fronteiras – os próprios brasileiros têm sofrido, além dos guatemaltecos, hondurenhos, salvadorenhos e tantos outros que tentam chegar aos Estados Unidos pelos estados fronteiriços com o México”.