Secretário diz que desafio brasileiro é inclusão no ensino médio

31/08/2006 - 22h25

Raquel Mariano
Da Agência Brasil
Brasília - No Brasil não há vagas suficientes para todas as pessoas que deveriam freqüentar o ensino médio. Hoje, essa inclusão é o maior desafio do país, do ponto de vista social. A afirmação é do secretário-executivo adjunto do Ministério da Educação, André Luiz Lázaro, que participou hoje (31) do Congresso Interamericano de Educação em Direitos Humanos. Em sua palestra, ele também abordou os índices relativos ao ensino superior, ao lembrar que apenas 10,4% da população na faixa entre 18 e 24 anos – mais de 4 milhões de jovens – têm acesso à universidade. E 70% desse total estudam em instituições particulares. Esse é um dos piores indicadores da América Latina, segundo o secretário. "Vivemos uma situação de forte privatização da educação superior, com todas as conseqüências que podemos imaginar – essa situação não condiz com o padrão de renda da população brasileira, incapaz de fazer frente aos custos, e gera o abandono antes da conclusão dos cursos", disse.  André Luiz Lázaro destacou os avanços no ensino fundamental e citou o programa de merenda escolar, a que 75% dos alunos com até 17 anos têm acesso, e o do livro didático, com gasto anual de quase R$ 700 milhões. Os dois programas, segundo ele, contribuem para uma condição de suporte e permanência desses estudantes na escola. Mas não têm ainda reflexo na população das zonas rurais onde, segundo ele, a defasagem nesses indicadores "é bem maior que nas cidades". Até sábado (2), cerca de 650 representantes de 15 países e de organismos internacionais participam do encontro sobre educação em direitos humanos, promovido pela Secretaria Especial de Direitos Humanos, Ministério da Educação, Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).