Procurador diz que recuperação de empresas não pode prejudicar trabalhador

31/08/2006 - 21h37

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O procurador regional do Trabalho, João Hilário Valentim, disse hoje (31) que a recuperação judicial de uma empresa não pode contribuir para a precarização das relações trabalhistas no Brasil. Durante entrevista coletiva à imprensa para comentar a decisão da Justiça do Trabalho de tornar a VarigLog responsável pelas dívidas com os empregados da Varig – comprada em leilão no mês de julho –, ele reiterou que o trabalhador não deve ser deixado em segundo plano. “A verdade é que se faz um negócio [como a venda da Varig] e o trabalhador é esquecido nesse negócio. Os direitos dos trabalhadores precisam ser respeitados”, disse.Ele acrescentou que "se essa empresa existiu até hoje, foi em razão do trabalho dos funcionários". E defendeu: “A continuidade de uma atividade econômica é importante. O que não pode é, além de os trabalhadores ficarem desempregados, perderem seu crédito trabalhista.”A Varig encontra-se em recuperação judicial desde junho do ano passado. No final de julho, parte da empresa foi vendida à VarigLog, que não assumiu as dívidas da empresa antiga. Mais de 4.500 trabalhadores foram demitidos na negociação. Os salários dos funcionários, demitidos e mantidos, estão atrasados há quatro meses.