Carolina Gonçalves
Repórter Rádio Nacional
Rio de Janeiro - O Brasil continua no topo do ranking de homicídios no mundo. Pelos cálculosdo sociólogo Gláucio Soares, pesquisador do Instituto Universitário dePesquisas do Rio de Janeiro (Iuperj), o número de mortes resultantes desse tipode crime já supera 50 mil por ano. Apesar da estatística daviolência, o sociólogo lembra que em algumas regiões do país foram adotadasmedidas que estão contribuindo para reduzir esses índices, como a lei seca.No estado de São Paulo, por exemplo, 14 municípios implantaram a chamada Lei Seca hácerca de dois anos, entre os quais Diadema, que em 1999 havia liderado oranking de homicídios no país. A lei determina o fechamento de bares de 23horas às 6 da manhã do dia seguinte. As cidades que adotaram a medida passarampor um mapeamento que revelou que os assassinatos aconteciam, geralmente, noperíodo da noite, entre sexta-feira e segunda-feira e próximo a bares.Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), apontou que, no anopassado, 273 homicídios foram evitados em função da Lei Seca nos dois primeirosanos da medida, só em Diadema. O número equivale a 11 vidas poupadas por mês.“Os homicídios em São Paulo vem sendo reduzidos. Mesmo os meses em que houve asérie de ataques orquestrados pelo PCC não impediu que os homicídios fossemmenores do que foram há dois anos. Está dando certo”, afirmou o pesquisador doIUPERJ, em entrevista ao programa Notícias da Manhã, da RádioNacional.Soares reafirmou que os autores de homicídios têm, normalmente, perfil muitoparecido com o das vitimas. Na maioria dos casos, são homens jovens de baixarenda. O sociólogo defendeu a cooperação entre estados e municípios. “Não épossível continuarem brigando, porque da solução desses problemas, depende avida de brasileiros. Não podemos colocar mesquinharias partidárias acima docompromisso supremo e sublime de qualquer administrador que é com a vida dosbrasileiros. Esse é o compromisso maior, o resto é secundário”.