Especialistas debatem formas de melhorar educação de jovens e adultos no país

31/08/2006 - 11h17

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Propostas para melhorar a educação de jovens eadultos e reduzir os índices de analfabetismo no país serão debatidas, nacapital pernambucana, de hoje até sábado (2). O encontro é promovido pelo FórumEUA Brasil, composto por representantes dos 26 estados da Federação e doDistrito Federal.Participam do encontro, no campus da UniversidadeFederal de Pernambuco, representantes dos Ministérios da Educação, do Trabalhoe do Desenvolvimento Agrário, além de professores, coordenadores estaduais emunicipais e ainda integrantes de instituições e organizaçõesnão-governamentais.Os trabalhos foram abertos ontem à noite, com aparticipação de observadores de países da América Latina. Durante a solenidadefoi entregue a medalha Paulo Freire a cinco instituições que o Ministério daEducação considera referência no ensino de jovens e adultos. Entre os premiadosestão o programa Santa Catarina Alfabetizada e o projeto SESC Ler no Amazonas.De acordo com a gerente de Educação Básica daSecretaria de Educação de Pernambuco, Fernanda Alencar, a idéia do encontro éavaliar o que já foi feito e estruturar a produção de iniciativas pedagógicasvoltadas à melhoria do atendimento aos jovens e adultos que não tiveram acessoà escola na idade certa.Ela revelou que dados do último censo realizadopelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, indicam que dos 5,2milhões de jovens de 15 a 24 anos, residentes em Pernambuco, 1,2 milhãoapresentam distorção idade/série.“O programa, lançado em 1997, beneficiou somenteno estado 654 mil jovens e adultos, disponibilizando cursos que vão daalfabetização até o ensino médio. A meta para este ano é atender a mais 110 milestudantes”, declarou.A consultora, Marilza Regattieri, da Organizaçãodas Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), destacou queainda há muito o que ser feito para ampliar as ações de educação de jovens eadultos.”Houve um avanço significativo nos últimos anos,mas ainda existem no Brasil 14 milhões de analfabetos absolutos e 30 milhões deanalfabetos funcionais, ou seja, aqueles que não concluíram os primeiros quatroanos do ensino fundamental”, reconhecemos que o desafio é muito grande.Em todo o país a iniciativa é financiada pelo programaFazendo Escola, do Ministério da Educação, mas conta também com investimentosdas secretarias estaduais de educação.