Confederações nacionais apresentam propostas para Plano de Logística de Transportes

31/08/2006 - 17h40

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes das confederações nacionais da Indústria, do Comércio, da Agricultura e dos Transportes foram convidados para apresentar hoje (31) sua visão de futuro e idéias para a área de transportes, a fim de detectar que direções devem ser seguidas no longo prazo para resolver os gargalos do setor. O objetivo é construir, juntamente com o governo, o Plano Nacional de Logística de Transportes.O presidente da Seção de Cargas da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Flávio Benatti, apresentou dados que mostram que o Brasil tem custo excedente de R$ 118 bilhões, a cada ano, por conta do tempo extra que a produção fica armazenada, por causa de problemas na infra-estrutura dos transportes. Para ele, a principal solução para melhorar o sistema de transporte no país é aumentar os investimentos e as parcerias público-privadas de longo prazo. “É necessário investimento de R$ 7,5 bilhões por ano de arrecadação, praticamente todo ele em infra-estrutura, para que, no menor prazo de tempo possível, possamos ter esse quadro, que nós vimos há pouco, revertido”, afirmou. Investir na tecnologia da informação para apoiar o transporte logístico foi uma das soluções apresentadas pelo conselheiro da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Roberto Nogueira Ferreira. Ele citou três problemas que afetam a logística de cargas: o transporte de produtos perigosos, o roubo de cargas e as barreiras fiscais. “Eu gostaria que o plano entrasse em alguns detalhes na questão da tecnologia de informação como instrumento de apoio à questão logística. É importante que a sociedade tenha uma abertura para entender a necessidade das concessões, das parcerias público-privadas, mas com marcos regulatórios que facilitem a entrada do investidor”, defendeu. Segundo o secretário-executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Wagner Cardoso, a solução para o problema dos transportes é aumentar a eficiência da gestão do Estado, desenvolver uma cultura de planejamento no setor de transportes e estimular a competição nos mercados. “As ferrovias, apesar de terem tido progressos, têm durabilidade média baixíssima, devido a 105 gargalos físicos e logísticos existentes”, destacou Cardoso. Por fim, o coordenador de logística da Confederação Nacional da Agricultura, Luiz Antônio Fayet, afirmou que a má logística de transportes é um dos problemas que prejudicam as oportunidades do agronegócio no mercado internacional. “O Brasil é praticamente auto-suficiente em tudo, e com uma disseminação geográfica de produção e consumo que não exige nenhuma grande coisa especial para o abastecimento externo. O nosso grande problema está nas oportunidades do mercado internacional. E a alavanca exportadora é para o desenvolvimento da economia nacional um fato decisivo”, disse Fayet.