Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas deverá agora investigar os 60 municípios com indícios de ter recebido propina da empresa Planam para as fraudes na compra de ambulâncias. "Temos que identificar,construir as provas para que o sub-relator do Executivo, que é JúlioRedecker, possa investigar esses municípios", disse o sub-relator de Sistematização, Carlos Sampaio (PSDB-SP). As informações são baseadas no depoimento do sócio da Planam Luiz Antonio Trevisan Vedoin, que recebe delação premiada para ajudar nas investigações da Justiça.O deputado disse quetodas vezes que Vedoin falou comprovou o que disse e que tentardesacreditá-lo só interessaria aos envolvidos. "Todas as vezesque ele acrescenta um parlamentar novo, a CPI tem que colocar adisposição para receber as provas. Não importa o momento que LuizVedoin lembrou o nome do parlamentar, o que me importa é se ele vaitrazer provas", afirmou.O estado que teria recebido maispropina é o Mato Grosso, com 11 prefeituras. O Rio de Janeiro tem oito,a Bahia sete, Rondônia tem seis. Com cinco municípios cada estado estãoParaíba, Pará e Paraná. Minas Gerais e Espírito Santo aparecem comquatro cada um. São Paulo tem duas. Goiás, Roraima e Tocantins tem umaprefeitura cada estado. O levantamento mostra ainda as emendas de 37 parlamentares eum suposto envolvimento com a Planam. Esses parlamentares receberamdinheiro da empresa na própria conta, na de assessores ou na deparentes."Analisamos todas as emendas de ambulâncias e para quemunicípio ele apresentou essas emendas. E depois fomos no depoimento deVedoin verificar que prefeitos, segundo ele, teria recebido propinapara verificarmos exatamente se o parlamentar que recebeu propina foi oautor da emenda para o município que o prefeito também recebeupropina", explicou.