Brasil e Argentina discutem parceria para construção de hidrelétrica

31/08/2006 - 11h17

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - Os secretários de Energia do Brasil, RonaldoSchuck, e da Argentina, Daniel Cameron, se reúnem hoje (31) em SãoBorja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul. Eles vão discutirparcerias entre a Eletrobrás e a iniciativa privada para a construçãoda Unidade Hidroelétrica Binacional Garabi.  O SeminárioBinacional Desenvolvimento Integrado da Fronteira vai reunirgovernadores argentinos e prefeitos brasileiros, técnicos,pesquisadores e integrantes do Programa de Estudos e Licitações daUnidade Hidroelétrica Binacional Garabi, na Câmara de Vereadores domunicípio. O encontro também vai mostrar a importância da usina para odesenvolvimento da região da fronteira brasileira e provínciasargentinas de Corrientes e Misiones. Segundo o secretário deEnergia, Minas e Comunicações do Rio Grande do Sul, José Carlos ElmerBrack, no final do seminário será assinada a Carta de São Borja, “umdocumento solicitando a urgência da obra aos governos federais doBrasil e da Argentina”.  Ele disse que o projeto binacional Garabiprevê a construção de um sistema de até três aproveitamentoshidroelétricos no Rio Uruguai, na altura do município de Garruchos(RS). De acordo com o secretário, o investimento previsto paraa obra é de cerca de US$ 2 bilhões. “A capacidade de geração de energiaelétrica será de 1.800 megawatts (MW), podendo atingir, dependendo dassoluções de engenharia, até 3.000 MW, valor correspondente à totalidadedo consumo atual do Rio Grande do Sul”, explicou. O governogaúcho informou que o Protocolo Binacional para a construção docomplexo hidroelétrico - localizado entre o Rio Grande e as provínciasargentinas de Misiones e Corrientes - foi assinado em 5 de janeiro de2005. A construção vai gerar 10 mil empregos diretos temporários e milpermanentes. Também devem ser criados 30 mil postos de trabalhoindiretos. Brack anunciou que pretende lançar uma Frente Parlamentar "para que o projeto saia do papel e se transforme em realidade". Eledisse ainda que os marcos regulatórios, os parâmetros legais e oscritérios para a licitação da obra estão sendo definidos. A partir doinício das obras, a previsão de conclusão é de seis anos.