Raquel Mariano
da Agência Brasil
Brasília - Entrarão em vigor na quinta-feira (1º) novas regras para a publicidade dirigida ao público infanto-juvenil. O Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar) já divulgou um documento com as normas que devem ser respeitadas pelas empresas. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (Aba), Ricardo Alves Bastos, há cerca de 200 projetos de lei no Congresso Nacional sobre o tema, mas o Conar se antecipou. “Quando as pessoas não são experientes e não têm conhecimento sobre o assunto, como é o caso de muitos legisladores, acaba ficando uma coisa mais política do que técnica”, afirmou.Para o jornalista Márcio Gennari, pai de dois filhos, é comum as crianças pedirem presentes só por terem visto propagandas. “Muitas vezes, a propaganda vende algo que não existe, até mesmo por uma questão social, de status. E as crianças pedem coisas para ficar iguais aos colegas”, comentou. A nova regulamentação prevê que a propaganda seja “um fator coadjuvante aos esforços de pais, educadores e autoridades”. Fica proibido o uso de verbos no imperativo e há uma série de restrições à participação do público infanto-juvenil como modelo para recomendação ou sugestão de uso de produtos. Ainda há recomendações para que as peças publicitárias evitem distorções psicológicas, tanto nos modelos como no público-alvo. Elas também não podem mais associar o consumo do produto à idéia de superioridade ou inferioridade.Além do Conar – que também será o órgão responsável pela fiscalização – e da Aba, a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentos (Abia) e a Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes (Abir) participaram da elaboração das normas contidas no documento.