Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A comprovada eficácia da vacina contra o HPV - vírusresponsável pela maioria dos casos de câncer de colo do útero - não substitui oexame preventivo do papanicolau, orienta o médico Gabriel Lowndes SouzaPinto, do Departamento de Ginecologia do Hospital do Câncer de São Paulo e integranteda equipe que estudou a eficácia da vacina no Brasil.Segundo ele, a vacina não protege contra todos os tipos deHPV, mas apenas contra quatro. “A vacina é um mecanismo de prevenção da doença,mas não é 100%, não cobre todos os casos de doença de câncer de colo do útero.Então, o melhor exame mesmo para prevenção de câncer de colo de útero é opapanicolau”, destacou o especialista. O médico orienta as mulheres sexualmente ativas a fazerem opapanicolau pelo menos uma vez por ano. “Além de ser o mais simples, é o maisbarato, o mais acessível”. O exame do papanicolau é oferecido no Sistema Único de Saúde(SUS). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), noBrasil 90% dos casos de câncer de colo de útero estão relacionados ao HPV. Adoença mata cerca de 4 mil mulheres todos os anos. Segundo o Inca, este ano sãoesperados mais 19.260 casos, uma média de 20 ocorrências a cada 100 milmulheres. O médico Gabriel Lowndes defende a inclusão da vacina nocalendário nacional de vacinação. “Num primeiro momento, acho difícil a vacinaentrar no calendário de vacinação pública, devido ao preço. É preciso umanegociação entre o laboratório e o Ministério da Saúde, ou talvez uma seleçãode regiões com fator de risco mais elevado para a doença, mas acho que épossível sim, no futuro, a vacina entrar no calendário”.