Inca alerta para câncer de pulmão em fumantes passivos

29/08/2006 - 20h32

Gabriella Noronha
da Agência Brasil
Brasília - O tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, superada apenas pelo tabagismo ativo e pelo consumo excessivo de álcool, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Hoje (29), Dia Nacional de Combate ao Fumo, especialistas alertam para os perigos do tabagismo passivo, que é a inalação da fumaça de derivados do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilhas, cachimbo e outros) por indivíduos não-fumantes, no convívio com fumantes em ambientes fechados. A fumaça que sai da ponta do cigarro, segundo eles, contém em média três vezes mais nicotina e monóxido de carbono, e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que é inalada.

A coordenadora do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante afirma que “o risco para as pessoas que não fumam e têm que conviver, principalmente no ambiente de trabalho, com a fumaça que traz altos níveis de agentes cancerígenos, é 30% maior para câncer de pulmão e 25% maior para infarto e problemas respiratórios". Segundo a coordenadora, “muitas pessoas que trabalham em bares e restaurantes são expostas praticamente o dia inteiro a uma fumaça que já foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como agente cancerígeno”.

No Brasil existe há 10 anos a Lei n.º 9.294, que proíbe o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto derivado do tabaco em recinto coletivo, privado ou público, tais como repartições públicas, hospitais, salas de aula, bibliotecas, ambientes de trabalho, teatros e cinemas, exceto nos chamados fumódromos. "A lei ainda não é respeitada porque depende de uma regulamentação nos municípios, para definir a instância que vai fiscalizar, as penalidades e o local para denúncias", diz a coordenadora.

O Dia Nacional de Combate ao Fumo é comemorado desde 1986 e faz parte do Programa Nacional de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco de Câncer, do Inca. Várias entidades da área social e de saúde, hospitais, organizações filantrópicas e até mesmo a iniciativa privada e governamental promovem atividades de lazer, de orientação e alerta contra os males do fumo.