Famílias de vítimas da chacina de Vigário Geral reúnem-se em missa no Rio

29/08/2006 - 18h23

Tiago Carvalho
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As famílias das vítimas da chacina de Vigário Geral reuniram-se hoje (29) na Igreja de São José, no centro da cidade, para uma missa que relembrou o episódio, 13 anos depois. Em 1993, 21 moradores da favela foram assassinados por um grupo de policiais militares. Iracilda Toledo, viúva do ferroviário Adalberto de Souza, que morreu na chacina, afirmou após a missa que os moradores de Vigário Geral souberam transformar a tragédia em luta pela cidadania: “A gente se sente impotente, porque não pode mudar o país. Mas, depois disso tudo, ficou algo de bom, porque nós transformamos nossa dor em luta”. Somente sete dos 52 policiais militares acusados foram condenados. Os demais foram absolvidos por falta de provas. Segundo Cristina Leonardo, advogada que acompanha os parentes das vítimas desde 1993, a principal preocupação das famílias hoje é receber as indenizações a que têm direito. Até agora apenas uma das indenizações foi paga. “O que a gente quer é que as indenizações dessas pessoas sejam pagas pelo estado. Nós pedimos que a governadora se sensibilize com o caso de Vigário Geral”, disse a advogada.A chacina também é relembrada em Vigário Geral, com um ato ecumênio e um ciclo de debates, além da exibição do filme Clandestino de Eryk Rocha.