Especialistas em educação ambiental reúnem-se no Paraná

29/08/2006 - 8h38

Lúcia Nórcio
Repórter da Agência Brasil
Foz do Iguaçu (PR) - A conclusão de um documento que serviráde base para um programa de educação ambiental para toda a regiãobanhada pelos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e microbacias adjacentes,o debate de estratégias para a educação ambiental na região da Bacia doPrata e a criação do Centro do Saber Ambiental da Bacia do Prata são os princiapais temas do primeiro Encontro de Especialistas emEducação Ambiental, que começa em Foz do Iguaçu. Atéquinta-feira (31), representantes dos países que formam a Bacia doPrata - Brasil, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Argentina - e  umadelegação  do Chile e México,  vão  dialogar sobreimpactos ambientais nessa região.

Segundo o diretor de Coordenação daItaipu, Nelton Friedrich, é preciso desmistificar a idéia  de queo crescimento  seria ilimitado.  “O planeta está gritando,não suporta mais tanta agressão, é  urgente que o homem considerenovos  modos de ser, viver e produzir”. Para o diretor da Itaipu,a missão atual das instituições e indivíduos é ajudar o mundo aenfrentar os desafios ambientais do século XXI: mudanças climáticas,poluição do ar, deterioração das águas, devastação da terra, miséria damaioria da população mundial decorrente do consumo excessivo de umaminoria inconseqüente”. 

Nessa perspectiva , de acordo com o diretor, é que ocorrerá  um diálogo entre 60 pensadores e planejadores de educação socioambiental, para aprofundamento do novo paradigma do saber ambiental e a possibilidade de partilhar essa experiência local com os demais países da Bacia do Prata, no contexto mais amplo da América Latina.

Segundo Nelton Friedrich, os dados são assustadores. Ele lembra que a  ONU contratou recentemente 1.360 cientistas de 95 países para  avaliar os ecossistemas do planeta e 65% dos que foram pesquisados até agora estão em processo de degradação ou estão sendo usados de  modo inconveniente.

“Quem ousaria há tempo atrás pensar emciclones ou furacões no Brasil?” – questionou o diretor da Binacional, referindo-se a  três fenômenos  ocorridos  nadivisa de Santa Catarina com Rio Grande do Sul.  Doenças como aAids, Ebola, Gripe Aviária, “ são evidências ligadas ao desequilíbrioque o próprio homem, e não algum marciano, vem produzindo, com  umcomportamento imediatista e egocênctrico”. O encontro é promovido pela Itaipu Binacional, Coordenação Geral de Educação Ambiental dos Ministérios da Educação  e do Meio Ambiente e pelo  Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, e dá continuidade ao Fórum Internacional “Diálogos da Bacia do Prata”, realizado em novembro de 2005.