Campanhas ajudam a reduzir incidência do tabagismo entre jovens, diz diretor do Inca

29/08/2006 - 18h56

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Uma série de atividades de conscientização da população sobre os prejuízoscausados pelo consumo de tabaco marcou a passagem do Dia Nacional deCombate ao Fumo, hoje (29), na região metropolitana do Rio de Janeiro.  Em entrevista àRádio Nacional do Rio, o diretor do Instituto Nacional do Câncer (Inca), LuizAntônioSantini, destacou a importância das campanhas de conscientização dasociedade, às quais atribuiu a redução da incidência do fumo entre osjovens. "NoBrasil, por conta dos anos seguidos em que se desenvolve essa campanha,etambém das ações nas realizadas nas escolas, já obtivemos resultadosimportantes. Há uma redução no número de fumantes entre adolescentes: aprevalência caiu de 32% para 19% nas capitais brasileiras", informouSantini.

Ele disse que oconsumo do tabaco cresceu entre a população feminina, com sua inserção nomercado de trabalho, e trouxe como conseqüência o aumento do número de mortespor câncer de pulmão em mulheres. Segundo Santini, ao entrar no mercado de trabalho, asmulheres passaram a adotar comportamentos antes característicos do universo masculino,entre eles hábitos sociais, como o fumo, e outros elementos ligados ao câncer,como o estilo de vida marcado pelo sedentarismo e pela alimentação inadequada."Tudo isso está propiciando um aumento de casos de câncer por causa dessamudança no comportamento", avaliou.

De acordo com o Inca, entre 1979 e1998, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão no Brasil cresceu 108% entre apopulação feminina, enquanto na população masculina o avanço foi de 56%.

O diretor doInca ressaltou que os prejuízos do fumo também atingem as mulheres, aumentandoas chances de contrair de câncer de mama e de colo de útero. "As pessoascostumam associar o tabagismo somente ao câncer de pulmão ou de esôfago, mas jáestá demonstrado que a incidência tanto de câncer de mama quanto de colo deútero é maior em mulheres que fumam", salientou.

Para Santini, o consumo e a exposição ao tabaco sãoresponsáveis pelo maior número de mortes em adultos no mundo. O tabagismo éconsiderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morteevitável em todo o mundo.

A estimativa daOrganização Pan-Americana de Saúde (Opas) é que, no Brasil, cerca de 200 milmortes por ano sejam decorrentes do tabagismo. Os dados são de 2002.

Na capital, técnicosdaSecretaria Especial de Prevenção à Dependência Química distribuírammaterial informativo, alertando sobre os perigos do uso do tabaco e deoutros tipos de drogas em locais de grande  circulação de pessoas.Em Duque deCaxias, em um stand montado em uma uma praça no centro da cidade, os fumantes interessados podiam se inscrever para participar de programasantitabagismo.  Em Nova Iguaçu, as atividades concentraram-se em um shopping e serão realizadas até sexta-feira (1). A estimativa é que cerca de quatro mil pessoas participem dasatividades, que incluem a apresentação de peças de teatro e de medição dacapacidade pulmonar. Além disso, a  Associação doComércio Farmacêutico do Estado do Rio promoveu palestras com técnicos daDivisão de Controle do Tabagismo do Instituto Nacional do Câncer (Inca), emvárias farmácias da região metropolitana. Segundo a assessoria de imprensa do Inca, oinstituto não está promovendo este anocampanha especial para o Dia Nacional de Combate ao Fumo, por causa da leieleitoral, que proíbe campanhas publicitárias de órgãos do governo. No entanto,as atividades diárias do instituto voltadas para a prevenção de vários tipos decâncer associados ao tabagismo, como o de pulmão, de boca, de esôfago e deestômago, continuam sendo realizadas normalmente.