Secretário do Tesouro descarta possibilidade de crise fiscal em 2007

28/08/2006 - 16h49

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, descartou hoje (28) a possibilidade de o Brasil sofrer uma crise fiscal em 2007. Ele reconheceu que, nos últimos meses, houve aumento nos gastos do governo federal, mas garantiu que “não há nada que sugira que estamos caminhando para uma situação de crise”.Segundo ele, a elevação desses gastos não vai mudar o cumprimento da meta de superávit fiscal (economia que o governo faz para pagar juros da dívida) para este ano, de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas no país). “Temos o controle sobre a situação”, disse.Entre janeiro e julho, os gastos do governo (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) cresceram 14,8% em relação a igual período de 2005, totalizando R$ 211,489 bilhões. Enquanto isso, a arrecadação de impostos aumentou 11,1% e somou R$ 306,019 bilhões.Kawall destacou que o debate fiscal no país mudou de foco, passando do superávit primário para a carga tributária, o nível do gasto corrente, a qualidade do gasto e o investimento público. “É saudável, o debate é bem-vindo. O superávit primário não esgota o debate sobre a política fiscal no Brasil”.O secretário informou, ainda, que o governo precisará de financiamento de cerca de US$ 14,2 bilhões até 2008. Para essa captação, é provável que haja emissões de títulos da dívida externa em reais, como aconteceu em setembro do ano passado, com papéis prefixados de dez anos ou mais, e um programa de recompra de títulos antigos.As declarações foram dadas durante o seminário Grau de Investimento - o Grande Desafio do Próximo Presidente.