Líder do MST deixa prisão e defende melhores condições para população carcerária

28/08/2006 - 18h14

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O coordenador nacional do Movimento dosTrabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Pernambuco, Jaime Amorim,defendeu hoje (28) a realização de um movimento nacional para melhoriadas condições de vida da população carcerária brasileira. Amorim, quepassou oito dias preso no Centro de Triagem de Abreu e Lima, na regiãometropolitana de Recife, foi libertado hoje, por força de habeas corpus concedido pelo ministro Nilson Naves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Amorimfez críticas ao sistema prisional brasileiro depois de prestardepoimento ao juiz Luciano Castro Campos. “Vai caber aos movimentossociais resolver os problemas dospresídios no país. Os presídios são verdadeiras fábricas de produção dedelinqüência”, afirmou o líder do MST, ao deixar a sala de audiência.

O ministro Nilson Naves concedeu o habeas corpusatendendo a pedido impetrado pela organização não-governamental (ONG)Terra de Direitos. Naves considerou o decreto de prisão preventivailegal, justificando que faltou fundamentação concreta das hipótesesindicadas pelo juiz da 5ª Vara Criminal do Recife, Joaquim PereiraLafayete. 

Lafayete haviaalegado que Jaime Amorim deveria ser detido para não colocar em riscoa  segurança de cidadãos de bem, já que teria incentivado adepredação do patrimônio público, ao participar, com cerca de 200agricultores ligados ao MST, de uma manifestação, no dia 5 de novembrodo ano passado, em frente ao Consulado dos Estados Unidos emRecife.  No depoimento de hoje, ele confirmou ter participado damanifestação em frente ao consulado, em protesto contra a guerra noIraque.

O líder do MST respondea mais quatro processos, por injúria, desacato a autoridade, invasão depropriedade e incitação ao crime.