Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Sanguessugas poderá ouvirnovamente um dos sócios da Planan, Luiz Antônio Vedoin. A sugestão é do vice-presidenteda comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE). Segundo ele, a comissão se reúne amanhãde manhã para tratar do assunto. “Minha opinião é que deve ouvi-lo sim”, disse. “Acho que devemos deliberarse alguns membros da CPI vão a Cuiabá ou se o Vedoin vem aqui para prestardepoimento complementar”.Em entrevista a uma revista semanal, Vedoin envolveu o nome de outrosparlamentares no esquema de compra superfaturada de ambulâncias com recursos doOrçamento. Entre eles estão o presidente do Conselho de Ética da Câmara,deputado Ricardo Izar (PTB-SP), o corregedor da Casa, deputado Ciro Nogueira(PP-PI), além dos deputados Luiz Piauhylino (PDT-PE) e José Múcio (PTB-PE).Jungmann criticou a forma de Vedoin fazer declarações em “conta-gotas”. “Issotem que acabar. Isso precisa acabar. Não pode continuar assim. Não podemos acada semana ter um desdobramento, um episódio, uma novela a respeito disso.Isso não está correto”, ressaltou.Para o vice-presidente, com o recurso da delação premiada oferecida pela justiçado Mato Grosso, o empresário deveria contar toda a verdade e não omitirdetalhes. Para ele, a atitude gera desconfiança. “Mas do que visar os órgãosresponsáveis pela questão ética, pelo julgamento, pela apuração aqui dentro dacasa, eu acho que está se minando o próprio relatório da CPI quando você aotodo dia está trazendo um fato novo, você criar novidades a cada dia cria umasérie de problemas para o relatório parcial. Acho que o alvo principal dissotudo é o relatório da CPI”, acredita Jungmann. “Nada contra investigar, masisso não pode ser feito aos poucos”, completou.O presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), acredita que qualquerdenúncia deva ser investigada pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito.“Tenho plena confiança no trabalho da CPI e acho que a CPI saberá separar ojoio do trigo.”, afirmou.Em relatório parcial, a comissão parlamentar recomendou a cassação de 69deputados e três senadores que estariam envolvidos na compra superfaturada deambulâncias.