Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - O Brasil precisa reconhecer que existe tortura, senão, não conseguirá combatê-la.A avaliação é do subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, daSecretaria Especial dos Direitos Humanos, Perly Cipriano.Segundo ele, a tortura é praticada tanto em presídios e delegacias, quantonas unidades de internação de adolescentes. “Tem havido [tortura] noBrasil e é preciso reconhecer para criar em cada estado a mobilização dasociedade civil, do poder público e da mídia, num combate permanente e sistemático”.De acordo com o subsecretário, o Brasil tem tradição da prática de tortura.“Existem muitas pessoas que praticam tortura no Brasil, não só contra presos,mas contra a população mais simples e políticos que se opuseram ao regime naépoca da ditadura militar”.Cipriano disse que é difícil localizar as pessoas que praticam tortura eobter informações sobre isso. Nesse sentido, ele afirmou que o monitoramento setorna muito importante. O monitoramento consiste em visitas periódicas ainstituições onde há pessoas privadas de liberdade, como presídios, delegacias,hospitais psiquiátricos e centros de atendimento juvenil.“Você vai conhecer os locais e ter dados sobre a tortura para as pessoaspoderem acompanhar de perto e ajudar a ter provas e elementos no sentido decoibir e erradicar a essa prática no Brasil”Cipriano participa da oficina sobre Monitoramento deLocais de Detenção promovida pela Comissão Permanente de Combate à Tortura e àViolência Institucional, da secretaria. O curso que começa hoje e terminaamanhã será ministrado por especialistas da Associação para a Prevenção daTortura, com sede em Genebra (Suíça).