Aracruz informa que se manifesta sobre parecer da Funai depois de conhecer documento

28/08/2006 - 10h28

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A empresa Aracruz Celulose vai se manifestar sobre o parecer daProcuradoria-Geral da Fundação Nacional do Índio (Funai) referente àpropriedade de 11 mil hectares de terras situadas no município de Aracruz (ES)depois que tiver acesso ao conteúdo do documento. O parecer, que precisa seraprovado pelo presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes, reafirma que a áreapertence aos povos indígenas Tupiniquim e Guarani e não à empresa.O parecer teve de ser elaborado porque a Aracruz contestou a demarcação deterras. Na contestação enviada à Funai em 19 de junho, a empresa afirma que éproprietária das terras reivindicadas pelos índios e que não há vestígios dealdeias tradicionais na região. De acordo com a empresa, os índios tupiniquins ocupavam o norte do EspíritoSanto, distante 140 quilômetros da área reivindicada. A contestação tambémafirma a Aracruz começou a comprar terras no Espírito Santo em meados da décadade 60 e que essas aquisições foram feitas diretamente dos seus legítimosproprietários, “de acordo com documentação comprobatória da cadeia fundiária”.“A Aracruz, desta forma, adquiriu suas terras com total legitimidade ejamais tomou ou utilizou indevidamente terras indígenas ou de qualquer outracomunidade”, destaca o pronunciamento divulgado pela empresa em20 de junho, um dia após a entrega da contestação à Funai. Segundo a empresa, aFunai só iniciou processo de identificação de índios no Espírito Santo em 1975,cerca de dez anos após a Aracruz começar a comprar terras na região.Segundo a assessoria de imprensa da Aracruz, aconclusão se baseia em pesquisa feita por um grupo de 15 profissionais, entreeles um historiador, um antropólogo, um geógrafo e um cartógrafo. O trabalho durouoito meses. O grupo fez pesquisas em arquivos públicos, bibliotecas, jornais ecartórios, entrevistou antigos moradores da região e fez um levantamento dosregistros de imóveis de terrenos comprados pela Aracruz desde 1967. O trabalhotambém incluiu pesquisa sobre a história das comunidades indígenas do EspíritoSanto desde o século 16.