Lourenço Melo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avaliouhoje (28) que a reunião do G-20, que vai se realizar no Rio de Janeiro, nos dias 9 e 10de setembro, “será importante para a firmação do encontro como fórum deentendimento dos 20 países em desenvolvimento, que compõem esse grupo”. A reunião vai discutir os impasses da Rodada de Doha, em queos países em desenvolvimento questionam junto à Organização Mundial do Comércio(OMC) o protecionismo interno dos países desenvolvidos, especialmente EstadosUnidos e União Européia, em relação aos produtos agrícolas. “O mais importante do G-20 é a reunião se realizar, paratermos debates, discussões, e ser feita uma avaliação conjunta da Rodada deDoha, em vista do interesse dos países participantes sobre as conclusões doúltimo encontro com a Organização Mundial do Comércio”, disse Amorim. “É preciso traçar estratégias futuras, discutir o que hápara fazer de novidade do ponto de vista tático”, afirmou. Com relação à resistência dos países desenvolvidos em cederna questão do protecionismo, Amorim disse que “o foco é pressioná-los para queeliminem os subsídios internos destorcidos”.O ministro consideranormal que esses países “apliquem recursos em pesquisa e desenvolvimento, paraproteger suas economias, mas não podemos aceitar que eles apliquem dinheiro queesteja condicionado à produção e à política de preços, para não gerarconcorrência desleal”. Celso Amorim afirmou que o G-20 vai continuar a reclamar aredução drástica dos subsídios internos. “O G-20 considera que as propostascolocadas na mesa, pelos Estados Unidos, na última reunião, ainda deixam adesejar”.O chanceler brasileiro ressalta, no entanto, que “a reuniãoministerial realizada em Hong Kong, em julho último, embora as pessoas nãotenham valorizado muito, foi muito importante, porque obtivemos pelo menos ocompromisso de todos de que as discussões da rodada deveriam ser efetivamenteconcluídas até o final deste ano”.