Ministério da Saúde recebe esta semana propostas para controle da malária

27/08/2006 - 15h37

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Dados doMinistério da Saúdeindicam que, em 2005, a Amazônia Legal registrou 584 mil casos demalária, cerca de 25% a mais do que em 2004. A doença foi discutidadurante toda a semana na Reunião Nacional de Pesquisa em Malária, ocorrida em São Luís, no Maranhão.Esta semana, um documento comas propostas discutidas no encontro deve ser entregue à Coordenação Nacional doPrograma de Controle da Malária do Ministério da Saúde.Em entrevista exclusiva àRadiobrás, o diretor técnico de gestão da Secretaria de Vigilância emSaúde, Fabiano Pimenta, afirmou que a prioridade do ministério paraeste ano é garantir a sustentabilidade das ações nos estados emunicípios da região amazônica, que concentra quase todos os casos de malária no Brasil.De acordo com Pimenta, onúmero de laboratórios que fazem o diagnóstico da malária aumentou de1.182 no ano de 1999 para 2.909 no ano passado. O diagnóstico da doençatambém ficou mais próximo do cidadão, com o trabalho dosagentes comunitários de saúde, que só em 2005 realizaram 415 mil examesna região.O diagnóstico, segundoPimenta, deve ser feito em até 48 horas após o início dos sintomas, quecostumam ser febre, calafrios e suor. Ele alerta para o perigo daautomedicação, já que a doença pode ser transmitida por dois tipos deprotozoários diferente e cada um tem um tratamento indicado.“O tratamento para uma espécie e para outra são diferentes. Só tem como o médicosaber que tratamento administrar após o exame de umagotinha de sangue que é coletada e colocada numa lâmina e levada aomicroscópio para sabermos qual é essa espécie. A população não podese automedicar. Aos primeirossintomas, deve procurar o posto de saúde”.Segundo Pimenta, os pacientes também devem levar o tratamento até ofinal, mesmo que os sintomas desapareçam, a fim de evitar que a doençacontamine outras pessoas. Outra dica é evitar o contato com os chamadosigarapés principalmente no início da manhã e no final da tarde, já queé nesse período que o mosquito transmissor da malária mais aparece.O Ministério da Saúde repassa para os estados daregião amazônica cerca de R$ 140 milhões por ano para as ações de controle da malária.