Associações de trabalhadores e dirigentes consideram insuficiente verba do Fundeb

27/08/2006 - 15h38

Marcela Rebelo e Patrícia Landim
Da Agência Brasil
Brasília - O aporte do governo federal para o novo fundo da educação básica (Fundeb) pode ser insuficiente, na opinião da presidente em exercício da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Raquel Guisone. “A aplicação de apenas R$ 5 bilhões é insuficiente, principalmente ao abranger a educação infantil. O gasto com esse segmento é muito maior”, afirmou.Com o Fundeb, o financiamento deixará de ser restrito ao ensino fundamental, passando a abranger os níveis infantil, médio e de jovens e adultos. Como a previsão é de que o saldo do fundo chegue a R$ 50 bilhões, o governo federal entraria com R$ 5 bilhões, já que os parlamentares conseguiram incluir durante as negociações a obrigação de que a União se responsabilize por 10%.A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Maria do Pilar Lacerda, também considera a verba insuficiente. “Precisamos de mais recursos para investir principalmente na construção de escolas de educação infantil e na construção e manutenção de creches. Sem falar em escolas de ensino médio mais modernas”, disse.Na opinião da presidente da Undime, para universalizar a educação básica é preciso também que a sociedade se envolva. “Tem que causar indignação o fato de qualquer criança estar fora da escola. A sociedade tem que participar da escola pública de uma maneira transformadora”, acrescentou.O diretor de Políticas de Financiamento da Educação Básica do Ministério da Educação, Paulo Egon Wiederkehr, que coordena a elaboração do fundo, prevê que a maioria dos jovens em idade de cursar o ensino médio estará na escola em 2015: “Da mesma forma que o Fundef permitiu a universalização do ensino fundamental, acredito que até 2015 estejamos próximos da universalização do ensino médio. O Fundeb também vai ser um incentivo para avançar na universalização da educação infantil.”