Sub-relator do Executivo aponta superfaturamento em compra de equipamentos para ambulâncias

08/08/2006 - 22h20

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O sub-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Sanguessugas para a área do Executivo, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), apresentou hoje (8) requerimento para a convocação de Irani Ribeiro de Moura, coordenadora geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, para prestar esclarecimentos sobre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192). Segundo deputado, em depoimento na comissão, o empresário Darci Vedoin teria afirmado que o Ministério da Saúde comprara ambulâncias para o Samu a preços mais altos que os da empresa Planam: "Ele cobra R$ 100 mil e o governo compra ambulâncias a R$ 122.500".Júlio Redecker informou ter recebido denúncia anônima sobre compra superfaturada de aspirador de emergência para as ambulâncias do Samu, feitas pelo Ministério da Saúde, e entregues na cidade gaúcha de Bagé. Segundo ele, as investigações levaram a documentos (cópias de nota fiscal) que comprovam a compra dos aparelhos da Instrumental Científico, ao preço de R$ 2.900. Redecker informou ter telefonado para a distribuidora dos equipamentos e verificou que o preço é de R$ 2.000. Ainda segundo o parlamentar, e de acordo com as cópias de documentos apresentados à comissão, o Ministério da Saúde fez uma compra de 1.108 desses aparelhos para as ambulâncias, no sistema pregão eletrônico, e teria comprado os aspiradores a R$ 2.900. "Esse preço está bem acima dos de mercado e deveria ser mais baixo, já que foram adquiridos pelo sistema pregão eletrônico de menor preço", acusou Redecker.De acordo com documentos distribuídos à imprensa pelo parlamentar gaúcho, desses 1.108 aspiradores comprados pelo ministério, 931 foram entregues ao Samu para equipar ambulâncias. Redekcer informou que vai procurar pessoalmente a coordenadora Irani Ribeiro de Moura para obter esclarecimentos sobre o funcionamento do Serviço e sobre a compra dos aspiradores de emergência. "Vamos investigar se houve fraude nessa compra e por que o preço saiu mais alto que o de mercado", afirmou.