Entenda como estão as investigações das fraudes das ambulâncias na CPI dos Sanguessugas

23/07/2006 - 16h34

Iolando Lourenço, Luciana Vasconcelos e Aloisio Milani
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A OperaçãoSanguessuga da Polícia Federal, realizada apósinvestigação do Ministério Público noMato Grosso, conseguiu desarticular uma quadrilha que fraudavalicitações para a compra superfaturada de ambulânciascom recursos públicos. O esquema tinha ramificaçõesnas prefeituras, em associação de municípios, emempresas de fachada, no Ministério da Saúde e atédentro do Congresso Nacional. Após a operação ea pressão de alguns parlamentares, foi criada uma comissãode inquérito dentro do parlamento para investigar o assunto.Formada por 18senadores e 18 deputados, a CPI dos Sanguessugas tem o mínimode 60 dias e o máximo de 180 para concluir e votar umrelatório final de investigação. O presidente eo relator da comissão, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ)e senador Amir Lando (PMDB-RO), dividiram o trabalho com umavice-presidências e quatro sub-relatoriais para ampliar asfrentes de investigação. Também foramsolicitadas cópias do que já foi investigado peloMinistério Público, Controladoria Geral da União,Tribunal de Contas da União e Polícia Federal.O grande desafio apartir de agora é cruzar informações dedepoimentos dos envolvidos, extratos bancários e as própriasemendas parlamentares para provar quais os parlamentares e assessoresculpados. Uma das linhas de investigação foi divulgadanesta semana pelo sub-relator de Sistematização,deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). A idéia é checar assenhas que cada parlamentar recebe ao apresentar uma emenda noMinistério da Saúde com as licitaçõesvencidas pela Planam nos municípios. Isso permite saber sehouve influência dos fraudadores em cada caso.Como houve denúnciasde que as fraudes podem até chegar a outras áreas comoeducação e inclusão digital, o relator e opresidente da CPI decidiram que o relatório vai se concentrarna questão das emendas para saúde. O objetivo étentar votar um relatório ainda em agosto e, caso hajaindícios que comprovem crimes de parlamentares, a comissãovai encaminhar o assunto para a Mesa Diretora da Câmara. Esta,por sua vez, pode encaminhar a denúncia ao Conselho de Ética,responsável pela análise da quebra de decoro e asugestão de uma possível cassação.