Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil
Brasília - No primeiro dia doEncontro Nacional dos Povos do Campo, organizado pelo FórumNacional pela Reforma Agrária e Justiça do Campo, cercade 45 entidades começam a debater os futuro da luta pela terrano país. O diretor de Políticas Agrárias daConfederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura(Contag), Paulo Caralo, cobrou maior unidade dentro dos movimentossociais ligados ao campo para que, juntos, tenham mais forçamudar o atual modelo de desenvolvimento agrícola e consolidara reforma agrária no país."Não ésó o governo que tem desafios em torno da reforma agrária.Nós, que lutamos por esta causa, temos que ter maior unidade.Precisamos fortalecer os movimentos sociais e organizar mais asociedade para que tenhamos um poder de pressão maior epossamos concretizarmos os nossos projetos", disse Caralo. Opróprio encontro em Brasília tem como um dos objetivosmobilizar as bases dos movimentos sociais. "Precisamosfortalecer os movimentos sociais. Precisamos estar unidos parapodermos avançar na luta para um meio rural desenvolvido, comsustentabilidade e solidariedade", acrescentou.O militante destacou aimportância da reforma agrária para reduzir adesigualdade no país e pôr fim às mazelas sociaisexistentes no campo. O atual modelo de política agrária,conforme observou, ainda deixa muito a desejar, apesar de ter,segundo ele, obtido alguns avanços no atual governo."Conseguimos avançar em algumas políticas, comoassistência técnica e no acesso à terra, masainda é pouco e, por isso, não podemos afirmar quehouve uma mudança estrutural no campo. Ainda continua no paísa concentração de terra e a expansão doagronegócio."O modelo ideal dereforma agrária, segundo ele, só seráconsolidado quando houver vontade política. "Tem sidoprioridade dos governos a busca pela autosuficiência nopetróleo e a questão energética. Estáfaltando vontade política para trazer a questão docampo para a agenda da política nacional", destacou.Além dedistribuir a terra, disse o diretor de Políticas Agráriasda Contag, "é preciso atualizar os índices deprodutividade, investir na educação voltada para arealidade rural, e oferecer assistência técnica para queas famílias possam viver com mais dignidade no campo".