Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Funcionários de dez das 144 unidades prisionais do estado de São Paulo estão em greve por causa da crise de segurança provocada pela nova onda de ataques, supostamente desencadeada por lideranças da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Administração Penitenciária (Seap), a paralisação atinge 6 unidades do complexo Campinas/Ortolândia, além dos Centros de Detenção Provisória (CDP) de Americana, de Ribeirão Preto e das Penitenciárias I e II de Presidente Venceslau. Em conseqüência desta paralisação estão sendo mantidos apenas os atendimentos básicos aos presos, como alimentação e medicação. Os banhos de sol, entregas de objetos dos parentes aos presos e visitas foram suspensos. Ainda de acordo com a Seap, na noite ontem (14) foram transferidos 5 presos que estavam em presídios da zona oeste do estado para o Centro de Reabilitação Penitenciária de Presidente Bernardes, considerado de segurança máxima. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) ainda não atualizou o balanço de ocorrências. Permanece o registro divulgado às 20h56 de ontem (14), de que foram efetuadas 64 prisões desde a noite da última terça-feira (11), quando iniciou a nova onda de ataques. Mas esse número já está superado. Entre as novas ocorrências estão as prisões de dez suspeitos de fazerem parte do crime organizado. As detenções ocorreram em uma residência do bairro de São Miguel Paulista, na zona leste da cidade, onde a polícia acredita que funcionava uma central telefônica clandestina.Entre os ataques registrados fora da capital paulista, a SSP só confirmou a morte do tenente aposentado da Polícia Militar, Nelson Santos Ramos, de 57 anos. A casa do policial foi invadida por quatro criminosos que o mataram a tiros depois de obrigá-lo a ir para os fundos da residência, que fica no bairro de Caieiras, em Praia Grande, no litoral paulista.