Fiocruz divulga novo laudo sobre morte de crianças no estado do Rio de Janeiro

15/07/2006 - 14h33

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O resultado dos exames realizados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descarta a contaminação por hantavirose de parentes e vizinhos das quatro crianças que morreram em Campos, norte fluminense, num período de um mês. A Fiocruz enviou no fim da tarde de ontem (14) à secretaria municipal de Saúde de Campos a conclusão das análises. A fundação já havia descartado a hipótese de contaminação por leptospirose, também transmitida por roedores.Segundo a chefe do setor de Epidemiologia de Campos, Elizabeth Tudesco, amostras de sangue foram colhidas dos moradores e vizinhos das casas onde viviam as vítimas após a notificação das mortes. Tudesco explicou que a hantavirose é uma doença transmitida pela aspiração do pêlo ou contato com as fezes de ratos selvagens, que vivem em regiões de cerrado. Ela informou, ainda, que pessoas com o costume de acampar ou trabalhadores rurais são as principais vítimas. “Esse não é o caso daquelas famílias”, disse.A chefe de Epidemiologia destacou, ainda, que os técnicos do Ministério da Saúde, que estão em Campos desde a última quarta-feira (12) para apurar as causas das mortes, e os profissionais de saúde do município trabalham com a hipótese de as mortes terem sido provocadas por intoxicação. “Mas só vamos poder dar uma resposta depois dos resultados da necropsia do IML [Instituto Médico Legal]”, acrescentou.O IML deve divulgar na segunda-feira (17) a conclusão da análise toxicológica das vísceras das crianças.Elizabeth Tudesco disse que a situação está sob controle e que não há motivo para pânico entre a população. “A pior doença é o pânico. Não podemos gerar uma doença para detectar outra”, afirmou.Ela acrescentou que a rede de saúde do município está em estado de vigilância para o surgimento de outros casos com os mesmos sintomas, "embora não tenha sido registrado nenhuma situação semelhante há mais de dez dias”.