Governo e pescadores discutem ações para a Bacia do São Francisco

10/07/2006 - 15h23

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Representantes do governo e dos pescadores artesanais se reuniram hoje (10) em Brasília para discutir a gestão dos recursos pesqueiros da Bacia do São Francisco. O encontro ocorreu durante o seminário Nacional sobre Gestão de Recursos Pesqueiros da Bacia do Rio São Francisco. Na avaliação do ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altemir Gregolin, a existência de peixes e da atividade econômica dos pescadores depende da qualidade das águas.“Neste seminário, estamos discutindo a gestão desses recursos pesqueiros, o que envolve o debate não só do ordenamento das espécies, mas de medidas de estímulo à pesca, das políticas de desenvolvimento desses estados, especialmente as regiões ribeirinhas ao Rio São Francisco”.Segundo ele, desde a criação da secretaria até hoje, o governo investiu R$ 1,5 milhão em ações voltadas à pesca no Rio São Francisco, e estão previstos investimentos do mesmo valor ainda este ano. Entre as ações, Gregolin citou o recadastramento nacional dos pescadores, o programa de alfabetização Pescando Letras - do qual fazem parte mais de 3 mil pescadores -, políticas de crédito como o Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e o Seguro Defeso. Esse benefício, no valor de um salário mínimo (R$ 350), é pago atualmente a cerca de 180 mil pescadores na época em que a pesca é proibida por causa da reprodução dos peixes. O presidente da Confederação Nacional dos Pescadores e Aqüicultores (CNPA), Ivo da Silva, citou alguns dos pleitos da categoria, que abrange mais de 1,2 milhão de pescadores artesanais.“Nossa reivindicação é a compensação dos pescadores que tiveram prejuízos e que são prejudicados; o repovoamento dos rios e a revitalização de toda a bacia; e a proibição dos dejetos e poluentes que são jogados nos rios e vem poluir o Rio São Francisco”, disse. “Além disso, fazer um cadastramento dos pescadores ribeirinhos e um trabalho socioeconômico com aqueles pescadores que realmente precisam do rio para sobreviver”. Ao final do seminário, eles vão elaborar um documento com algumas reivindicações. Silva, no entanto, critica a falta de estatísticas sobre o setor no país. “Como vamos fazer um documento, falar sobre pesca, se não sabemos quanto peixe pescamos, com quem pescamos e quantos pescadores somos? Só quando tivermos esses dados é que teremos uma política séria para o setor". O seminário Nacional sobre Gestão de Recursos Pesqueiros da Bacia do Rio São Francisco prossegue até amanhã (11).