Disque-denúncia no Rio é utilizado mensalmente por cerca de 12 mil pessoas

10/07/2006 - 15h07

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio - O disque-denúncia é utilizado mensalmente por cerca de 12 mil pessoas no Rio de Janeiro. O serviço, criado inicialmente para ajudar a polícia a esclarecer casos de seqüestro, se adaptou, e agora recebe principalmente denúncias relacionadas ao tráfico de drogas, que respondem por 35% das ligações. Os dados fazem parte de um estudo da pesquisadora Luciane Moraes, da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresentado hoje. Foram avaliados dez anos de funcionamento do serviço, de 1995 a 2005. Criada há onze anos, a experiência fluminense foi pioneira no Brasil e serviu de exemplo para outros oito estados, que também implementaram o serviço. De acordo com a gerente de análise do disque-denúncia, Adriana Nunes, do total das ligações mensais, aproximadamente 2.500 foram confirmadas pelos órgãos onde foram encaminhadas, que podem ser a Polícia Militar e Ministério Público, entre outros."Esse já é um resultado muito bom, porque estamos falando de um total de 12 mil denúncias por mês. A população hoje vê o disque-denúncia como um canal para expor sua indignação e passou a ter realmente credibilidade no trabalho", disse Adriana.Por meio do disque-denúncia, foi possível recuperar as armas do Exército roubadas no Rio de Janeiro, no início deste ano. O armamento foi localizado em um morro da cidade. Outro caso que também contou com a ajuda da população foi o da Chacina da Baixada Fluminense, em março de 2005, que causou a morte de 29 pessoas nas cidades de Queimados e de Nova Iguaçu. Segundo Adriana, 24 horas após o crime, 11 envolvidos já haviam sido denunciados.Adriana Nunes reafirmou a garantia de que a identidade de quem denuncia nunca é revelada e que nenhum telefone é rastreado.