Monique Maia
Da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados (OAB) de Araraquara, Roberto Fiore, fez hoje (7) algumas sugestões para resolver o problema no Centro Provisório de Detenção (CDP) de Araraquara. Desde o dia 16 de junho, após rebelião e destruição de celas, cerca de 1,4 mil presos estão alojados ao ar livre, em um pátio, sem infra-estrutura e condições de higiene. Para Fiore, entre as soluções possíveis para o impasse estaria a transferência dos presos de Araraquara para uma das 150 penitenciárias existentes em todo o estado de São Paulo. Cada presídio, segundo ele, poderia receber dez presos do centro de detenção. "Mesmo os presídios que tiveram rebelião nenhum está em uma situação tão ruim como o de Araraquara", avalia o advogado. Outra medida sugerida por Fiore seria a abertura de todos os pavilhões da penitenciária. Durante o motim, as galerias foram destruídas, mas os pavilhões tiveram pequenos estragos. "A penitenciária tem quatro pavilhões com capacidade para 300 presos que estão intactos. Basta colocar as grades de volta", disse. Para o advogado da OAB, a administração do centro de detenção mantêm os detentos em condições subumanas por uma questão de "comodidade e vigilância". Ele participou da visita feita no dia 22 de junho ao presídio. "A situação era de caos completo parecia um campo de concentração. Todos os presos estavam reunidos em um raio. Cada raio do centro de detenção suporta 160 detentos. Quer dizer, a unidade tinha 10 vezes a mais da capacidade."Durante a visita do dia 22, Fiore entrou em contato com 40 feridos que estavam sem alimentação adequada, medicamentos e agasalhos. Desde então, foram encaminhados alguns materiais ao presídio. Mas, na última semana, as condições dos presos teriam piorado. "A situação, até ontem, era de todos apenas de cuecas, sem objetos para higiene pessoal, sem sapatos e cobertores. Todos do mesmo jeito que estavam um dia após a rebelião", afirma o advogado da OAB, que defende a intervenção federal caso nenhuma providência imediata não seja tomada.