Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O resultado das eleições devem influenciar a política interna e externa do México nos próximos anos, principalmente sobre as relações com os Estados Unidos e com a América Latina. Os candidatos presidenciais favoritos, de acordo com a apuração parcial dos votos, são Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), com a preferência de 36,38% dos eleitores, e, em segundo lugar, López Obrador, da Aliança para o Bem de Todos, com 35,34%.

O professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Argemiro Procópio, explica que se o vencedor for Calderón, o governo mexicano deverá estreitar as relações com o norte-americano devido ao seu perfil político. Procópio destacou que, atualmente, "a dependência do México em relação aos Estados Unidos é enorme". E, com a vitória do candidato do PAN, essa dependência "parece que seria incrementada".

Segundo o professor, essa relação se dá, sobretudo, na área econômica, ao lembrar que muitos mexicanos deixam o país em busca de oportunidades de emprego em território norte-americano. "O número de mexicanos que trabalha nos Estados Unidos é impressionante", explica. O assunto é importante ainda para discutir o futuro de articulações ligadas ao comércio entre países do continente.

Já o candidato López Obrador, considerado progressista, obteve um número expressivo de votos, "tornando a disputa acirrada", porque muitos mexicanos buscam uma alteração na condição do país. "O presidente do Partido de Ação Nacional, o Calderón, é muito ligado aos Estados Unidos, inclusive estudou em Harvard, e quer a continuação desse modelo. E o outro não, quer uma aproximação maior com a América Latina e aí tem uma diferença ideológica substantiva", explicou.

O México possui cerca de 105 milhões de habitantes e está entre as 15 maiores economias do mundo. O país possui um papel importante entre as nações em desenvolvimento da América Latina.