Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Qualquer que seja o vencedor das eleições à presidência da República no México, o sucessor do atual presidente Vicente Fox enfrentará dificuldades para defender os projetos do governo no Congresso. Os candidatos presidenciais favoritos, de acordo com a apuração parcial dos votos, são Felipe Calderón, do Partido Ação Nacional (PAN), com a preferência de 36,38% dos eleitores, e, em segundo lugar, López Obrador, da Aliança para o Bem de Todos, com 35,34%.
Para o professor da Universidade de Brasília (UnB) Argemiro Procópio, o quadro atual permite afirmar que nenhum dos dois candidatos deverá ter maioria no Parlamento. "Muitas coligações terão de ser feitas", disse. Outro ponto destacado pelo professor é que a "polarização" verificada nas eleições representa o fim do domínio do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que dominou a cena política do país de 1929 a 2000, ano em que o atual presidente foi eleito, pelo Partido Ação Nacional. "O PRI tinha as maiores bancadas parlamentares e ele perde agora tudo isso", disse.
Segundo o secretário de Assuntos Econômicos da Embaixada do México no Brasil, Marco Antonio Huerta, confirma que a apuração das eleições mostra o candidato do PRI, Roberto Madrazo, em terceiro lugar na corrida presidencial, com 21,57% dos votos. De acordo o diplomata, Madrazo já reconheceu que não tem chances de vencer o pleito.
O representante da embaixada do México disse que, no entanto, ainda é cedo para afirmar quem será o vencedor da eleição, de apenas um turno. "Até agora não é possível dizer quem ganhou, porque a diferença é mínima". Ele explicou que a duração do mandato presidencial no México é de seis anos e que não há previsão constitucional de reeleição.