Secretário da Reforma do Judiciário destaca formas alternativas de combater violência

03/07/2006 - 20h49

Raquel Mariano
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A democratização do Poder Judiciário também passa pela criação de novas formas de resolver conflitos, sem passar pelos processos tradicionais. Baseado nessa premissa, o Ministério da Justiça promoveu na semana passada a conferência internacional Novas Direções na Governança da Justiça e da Segurança. O secretário da Reforma do Judiciário, Pierpaolo Bottini, diz haver exemplos bem-sucedidos no Brasil de maneiras alternativas de combater a violência, que não a carcerária.Um deles é o Justiça Comunitária, no Distrito Federal. "Os próprios líderes comunitários tentam resolver os conflitos antes que eles cheguem à Justiça", explica o secretário, que menciona também o Justiça Restaurativa, em São Caetano do Sul (SP). Este busca "entender as origens da violência nesses pequenos conflitos que muitas vezes acontecem até na escola". A idéia é procurar a origem do crime, depois reunir todos os envolvidos e tentar achar uma solução consensual, antes de recorrer à Justiça. Bottini também considera que a polícia não deveria cumprir apenas o papel de repressora, mas também poderia intermediar os conflitos para buscar a conciliação.Os principais pontos em discussão no seminário foram as novas abordagens para o acesso do cidadão à Justiça e as alternativas para melhoria em policiamento e Justiça comunitária. "O resultado serviu um pouco para o próprio ministério fundar a sua estratégia de política pública de combate à violência", afirmou Bottini, em entrevista à Radio Nacional.