Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Entrou em vigor hoje (3), no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um novo indicador do mercado de ações brasileiro que mede o desempenho das ações mais representativas do setor industrial de transformação do país.
O Índice do Setor Industrial (INDX) é resultado de um convênio firmado entre Bovespa e Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e reúne em sua primeira carteira 53 ações de 48 empresas de 14 setores diferentes.
Participam do índice empresas dos setores de siderurgia (42,10%), bebidas (17,17%), madeira e papel (11,66%), materiais de transporte (9,97%), químicos (4,97%), alimentos (3,15%), construção e transporte (2,39%), fumo (2,10%), produtos pessoais (2,03%), consumo cíclico (1,69%), maquinas e equipamentos (1,66%), metalurgia (0,94%) materiais diversos (0,20%), produtos de limpeza (0,20%).
As empresas escolhidas são as mais negociadas da Bovespa e tem a melhor liquidez. Foram excluídas do índice as empresas do setor extrativista por terem peso muito grande. Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o INDX será uma ferramenta importante para a indústria e o país acompanharem e perceberem os efeitos da política econômica na indústria.
Skaf salientou que o índice deve refletir as variações na política econômica do país já que a indústria e o mercado são sensíveis às medidas econômicas. Ele disse esperar que muitas outras empresas, pequenas, médias ou grandes, passem a ter seu capital aberto e participem da Bovespa para aumentar o número de empresas que compõem o INDX. "Isso vai mostrar que as empresas industriais que estão na Bolsa de Valores têm boa liquidez."
De acordo com o presidente da Bovespa, Raymundo Magliano Filho, o INDX representa um segmento de mercado muito importante para o país porque mostra uma noção geral da possibilidade do desenvolvimento industrial brasileiro.
"Tenho certeza absoluta de que esse índice será um marco, um selo histórico da transformação do mercado de capitais focando também na indústria transformadora como elo de ligação com a Bovespa."
Magliano ressaltou que a Bovespa e a Fiesp tiveram o cuidado de incluir empresas representativas, mas não as extrativistas para não distorcer o índice. "São empresas que representam na sua totalidade a força industrial brasileira, porque essas indústrias estão localizadas em todas as partes do Brasil."
Para o presidente da Bovespa, o INDX trará representação e visibilidade para a indústria brasileira. "O mercado terá uma interpretação muito boa do INDX. Vários industriais, fundos de investimentos, investidores e trabalhadores focarão seu interesse na indústria brasileira."
