Patrícia Landim*
Da Agência Brasil
Brasília - Foi em 1992 que um grupo originário do antigo Partido Comunista Brasileiro criou o Partido Popular Socialista. O novo partido participou do governo do presidente Itamar Franco (PMDB) e do primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 1998 e 2002, o PPS participou das eleições presidenciais com o candidato Ciro Gomes.
O PCB, que gerou o PPS, surgiu em 25 de março de 1922, em meio a greves e confrontos com a polícia, durante a emergência do movimento operário brasileiro. Os objetivos do comunismo brasileiro, em sua origem, estavam ligados à organização internacional do movimento, estabelecida desde o século 19, a partir das idéias de teóricos como os alemães Karl Marx e Friedrich Engels e de associações internacionais de trabalhadores e militantes.
Ao longo de sua história, o PCB reuniu, além de sindicalistas urbanos e rurais, grandes figuras da intelectualidade brasileira, como Oswald de Andrade, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond de Andrade, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Oscar Niemeyer, entre outros.
As lutas pelos direitos trabalhistas e pela reforma agrária tiveram a marca da atuação do PCB. Entretanto, o partido alternou períodos de atuação aberta com veto completo a sua atuação: ficou ilegal entre junho de 1925 e janeiro de 1927, depois, de agosto de 1927 a 1945. Voltou a operar abertamente por dois anos, após anistia a seus líderes, como Luís Carlos Prestes. Retornou à ilegalidade em 1947, tentou reverter a situação durante o governo João Goulart, nos anos 60, mas, com o início da ditadura militar, em 1964, permaneceu mais 21 anos no limbo.
Com a redemocratização do país, retornam à legalidade o PCB e o PC do B (Partido Comunista do Brasil, dissidência organizada em 1962). Em 1989, Roberto Freire é candidato à Presidência da República pelo PCB. Em 1992, após a queda do muro de Berlim, que sinalizou o fim da experiência do socialismo real no século 20, uma parte do PCB se inspira da social-democracia européia e cria o PPS. O PCB continua a existir como legenda independente, mas de pequena amplitude.
O PPS chegou a participar do atual governo, depois que, em 2002, o candidato derrotado Ciro Gomes declarou apoio no segundo turno a Luiz Inácio Lula da Silva. Ciro foi nomeado ministro da Integração Nacional. O partido decidiu romper com o governo e entregou seus cargos. Ciro permaneceu no ministério, desvinculou-se do PPS e se filiou ao PSB.
Atualmente, segundo dados do partido, o PPS conta com 79.996 filiados, 16 deputados federais, 55 deputados estaduais, dois governadores e dois vice-governadores, 349 prefeitos, 347 vice-prefeitos, 3.100 vereadores e 4.357 diretórios municipais.
*Com informações das páginas oficiais do PPS, do PCB e do TSE na internet.
